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O mundo como você nunca viu

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Descubra paisagens curiosas no Google Earth e amplie sua visão de mundo.

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Adriano Liziero
jul 26, 2022
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Olá! Meu nome é Adriano Liziero, sou geógrafo e gosto de ver as paisagens a partir do alto.

Se você é uma daquelas pessoas que, no avião, prefere a janela ao corredor, sente que olhar o mundo em outra perspectiva é algo formidável.

Do alto, percebemos nuances que muitas vezes não conseguimos notar a partir do chão. A desigualdade social no maior porto da América do Sul é visível. Porto de Santos - SP.
Um conjunto de paredes que separam antigos vinhedos numa pequena ilha do mar Adriático, de cima se parece com um polegar, algo que nos faz pensar que as ações humanas deixam as nossas assinaturas no planeta. Baljenac, Croácia.

Quanto mais alto, mais conseguimos contemplar a totalidade dos lugares e constatar que, embora pequenos, temos um poder avassalador de criar paisagens.

Os astronautas têm um nome para a sensação transformadora de ver a Terra como um todo: efeito da visão geral. Esse efeito psicológico é tão impactante que costuma ser descrito como uma mudança cognitiva, com resultados na forma como as pessoas se relacionam com o mundo.

Não é a toa que os movimentos ambientalistas se fortalecem com a divulgação das primeiras imagens nítidas da Terra vista do espaço, feitas pela missão Apolo 17, em 1972.

Ver do alto para entender o mundo

Sem dúvida, há um grande poder em ver o mundo a partir do alto. Benjamin Grant, fundador do projeto Daily Overview, me inspirou com os seus fantásticos livros com imagens aéreas.

A principal motivação do trabalho dele é mudar a maneira como as pessoas veem e pensam nosso planeta. O Daily Overview é uma das referências mais importantes para o meu projeto Geopanoramas.

Será que ao ver mais, somos capazes de compreender mais o mundo? Pelo o que expus até aqui, a resposta parece ser óbvia. No entanto, as paisagens não são autoexplicativas.

Ver a partir do alto nos traz mais perguntas do que respostas. A mais óbvia é querer saber a localização, como se ela fosse a principal pista para desvendarmos as paisagens.

Saber que essa cratera está na Rússia não é o suficiente para explicar os motivos pelos quais o ser humano decidiu viver na beira de um precipício. Nenhuma paisagem humana existe por acaso, ela sempre responde a uma intencionalidade. No caso dessa paisagem, a intencionalidade é a extração de diamantes.

Em seu livro “Por uma outra Globalização”, o geógrafo Milton Santos utiliza o exemplo dos satélites para dizer que sem a geografia as paisagens não ampliam nossa compreensão sobre o mundo.

Os objetos retratados [pelos satélites] nos dão geometrias, não propriamente geografias, porque nos chegam como objetos em si, sem a sociedade vivendo dentro deles, O sentido que têm as coisas, isto é, seu verdadeiro valor, é o fundamento da correta interpretação de tudo o que existe. Sem isso, corremos o risco de não ultrapassar uma interpretação coisicista de algo que é muito mais que uma simples coisa (...).

As imagens aéreas mostram o que Bejnamin Grant chama de experiência do sublime, um sentimento misto de temor e admiração quando vemos os traços da atividade humana na superfície do planeta.

Para Milton Santos, porém, esses traços são apenas geometrias da nossa existência na Terra. Para compreende-las, necessitamos das geografias, isto é, do entendimento de como nossas ações produzem essas paisagens.

Esse monte de aviões enfileirados formam uma geometria intrigante, mas que está longe de explicar as ações humanas que motivam a existência dessa paisagem. Esse é um cemitério de aviões no sul da Califórnia, nos Estados Unidos. Esse lugar não é apenas um desmanche de aviões, mas sobretudo um lugar onde aviões novos são armazenados. O clima seco da região ajuda a deixar as aeronaves longe da ferrugem. Com a pandemia, lugares como esse foram muito usados, pois diversas aeronaves ficaram paradas por causa da restrição de viagens.

O meu propósito com o Geopanoramas é ampliar a visão de mundo das pessoas. As imagens aéreas te apresentam geometrias que expandem seus horizontes, mas que, sozinhas, não te tiram da bolha geográfica.

O que é essa tal bolha geográfica?

Todos, em maior ou menor grau, temos uma visão limitada de mundo. A batalha para ampliar nossos horizontes é diária. O problema é quando a pressa do dia a dia nos limita a ponto de vivermos numa bolha, alheios a coisas que deveriam ser básicas, como saber de onde vem o que comemos e bebemos.

Percebi o quão limitada era a minha visão de mundo quando fui morar num país em guerra. Via muitas pessoas mutiladas pelas ruas da cidade, longe da região de conflito, e achava que era uma trágica coincidência.

Um dia, meu professor nos contou que estávamos em um dos países mais minados do mundo. Muitas pessoas fugiam da guerra no interior de Angola e pisavam em minas terrestres. Os que sobreviviam, acabavam mutilados.

Essa história mudou para sempre o meu olhar sobre o mundo. Entendi que ver é diferente de compreender lugares e paisagens.

Criei o Geopanoramas para mostrar o mundo de um jeito que as pessoas nunca viram, com imagens de satélite que abrem a mente para o modo geográfico de pensar o mundo.

Como geógrafo, uso as imagens aéreas para superar a simples localização dos lugares.

Meu propósito é explicar o porquê do mundo ser do jeito que é e qual é o nosso papel na construção de paisagens. São essas ideias que mudam a maneira como enxergamos o mundo e agimos sobre ele.

Espero que a cada novo texto desta newsletter eu consiga te inspirar a conhecer mais lugares e pessoas.

Newsletter mensal gratuita, todo dia 1°

Você receberá de graça, no seu e-mail, uma seleção de paisagens que vão mudar a forma como você vê o mundo.

Cada imagem vem com um texto geográfico escrito por mim, além dos links para você desbravar os lugares no Google Earth.

Vem, pega uma latinha e entre para a comunidade do Geopanoramas.

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